Sobre o Museu


            Em 1985 o Diretor da FMRP Prof. José Augusto Laus Filho designou por força de uma Portaria uma Comissão, composta pelos professores Ruy Escorel Ferreira Santos, Miguel Rolando Covian e Albert Amin Sader e pelo acadêmico Osvaldo Cardoso de Santana Filho, para planejar a instalação de um Museu institucional. Ao grupo juntou-se, posteriormente, o professor Salim Moyses Jorge. A idéia do museu não vingou e em ofício datado de 18 de março de 1986 e dirigido ao Diretor Laus Filho, o professor Ruy expressa sua preocupação com relação à guarda do acervo reunido pela Comissão, alertando para a necessidade de uma área física adequada. Este sonho veio a tornar-se real em 13 de dezembro de 1996, quando o Conselho Técnico-Administrativo da FMRP aprovou a cessão da área física até então ocupada pelo Centro Acadêmico Rocha Lima, para instalação do museu. Esta área, entretanto, provou-se inadequada para o propósito pretendido, visto ter sido originalmente um rancho ladeado por uma torre de distribuição de energia, construídos na época da Escola Agrícola.     Após frustrada tentativa de reformar e ampliar a construção, o acervo foi transferido para a casa 8 da Rua das Paineiras, cedida para tal fim pela Prefeitura do Campus em.

            O Museu é coordenado por uma Comissão e conta com um funcionário, um estagiário e bolsistas mantidos pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, que trabalham na organização do acervo e na monitoria a visitas programadas e a oficinas periodicamente oferecidas ao público.
            O Museu reúne um rico acervo formado por fotografias, documentos, objetos tridimensionais e livros, datados das décadas de 1950 e 1960, período da instalação e consolidação da FMRP. Uma das salas é ocupada pela coleção Miguel Rolando Covian, fundador do Departamento de Fisiologia da FMRP, e consta de uma biblioteca, correspondência pessoal, artigos científicos e ensaios sobre temas gerais.

           No conjunto, merece destaque a correspondência, quase que diária que manteve com seu mestre Bernardo Houssay, primeiro prêmio Nobel de Medicina da América Latina. A coleção Covian vem sendo objeto de pesquisas das quais resultaram trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado, comunicações e palestras em congressos e cursos, além de um livro que reúne artigos por ele escritos sobre o tema Universidade além de estudos resultantes de pesquisas sobre a formação de sua concepção de Universidade. Esta coleção pessoal, junto com todo acervo do Museu Histórico, constituem fonte importante de pesquisa onde alunos com formações diversas, inclusive Ciências Biológicas, poderão desenvolver estágios e trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. No atual momento, o Museu conta com dois professores orientadores, cujas linhas de pesquisa têm afinidades com história da medicina e das ciências.


            Frente ao exposto, fica evidente que o Museu pode propor-se igualmente como um ambiente voltado para o ensino de graduação. Museus são espaços privilegiados para ampliar os horizontes culturais, dado que, em sua concepção contemporânea, devem articular-se com o conjunto dos saberes, sobretudo com as artes visuais no que tange a vertente expositiva. Considerando esta abrangência, esta abertura para a totalidade dos saberes, museus constituem um contraponto à ciência que, por ocupar-se apenas daquilo que é calculável e manipulável, oferece sistemas fechados de explicação.  
  
            Como Museu Histórico institucional, constitui uma referência cultural para a comunidade interna. Ao partilhar memórias, o aluno constrói sua identidade coletiva e reforça seu sentido de pertença, tão necessário nos tempos atuais de competição, violência, perda de valores.